sexta-feira, 3 de julho de 2009

O caminho da sabedoria




Mais uma noite em Pequim, ao invés de descansar para a longa viagem, ops, longa é exagero, vou começar a escrever de novo. Ao invés de me preparar para a prazerosa viagem de trem, resolvo me despedir da cidade, que agora parece fazer parte de mim. Caminho pelas ruas e a agitação dos meus pensamentos se perdem na louca, intensa e populosa Pequim. Uma fachada chama minha atenção: uma charmosa livraria.

Cadeiras de bambu dispostas num ambiente reservado ao fundo, origamis de todos os tipos estão presos ao teto, alguns chineses estão a minha volta, e, logo, não me sinto um estangeiro, minhas origens passam a exercer domínio sobre mim, por um instante, quase esqueço que sou brasileiro, ajo como uma criança, encantada com tudo. Até esqueço do suor em meu rosto e do calor de 30º que faz na cidade no verão.

Um livro me atrai, nenhum vendedor me aborda quando o tiro da prateleira, a capa azul e vermelha, um exemplar de mais de 800 páginas. Fala sobre homens que marcaram a história da China. O imperador Zhu Di - que matou seu sobrinho antes de assumir o trono, o ditadior Deng Xiaoping, um capítulo especial sobre a lugares expressivos da China: a Cidade Proibida, a Praça da Paz Celestial, Beijjing - hoje Beiping, outro sobre a Guerra Civil Chinesa, e finalmente, o capítulo final: uma lição de sabedoria.

Com o alimento para a alma garantido, procuro algo para comer, o ar já estava menos pesado, e uma brisa gostosa afagava meu rosto: me senti forte e destemido, o verdadeiro dono do mundo. Mais tarde, quando estiver envolvido pela leitura, vou me deparar com os caminhos da sabedoria. Numa espécie de previsão vou compreender que o caminho é árduo, e as trilhas perigosas. Porém a justiça é a única chance para ter um lugar na batalha final. E, lembre-se, muitas vezes, para vencer é preciso abaixar a espada, e até mesmo, desistir. Não se esqueça.


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